quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Borboletas acreditando em asas de pedra

Notícias extraordinárias:
Fiquei sabendo que não pertenço a este mundo, revelação deveras esclarecedora.
Segundo fontes seguras, sou um ser exilado de um planeta tri-legal porque sou ruim para ele... Como castigo, me jogaram aqui.
Bem que eu nunca entendí um lugar onde as pessoas decidem sempre muito mal o que fazer com o mundo onde vivem e só sabem fazer reclamar das escolhas alheias.

Lá no meu planeta as pessoas não sofrem porque querem.
Não têm meias-palavras.
A arrogância e petulância é maleducação, sabe? Como arrotar à mesa.
Dificilmente se registra um caso de alguém com choro preso na garganta.
As pessas não trabalham como cavalos e aceitam isso como um cão dócil.
Aliás e principalmente, no meu planeta as pessoas não são surradas gratuitamente na rua, não existem pessoas que, por frustração, raiva, rancor ou coisas quaisquer, tentam matar um outro alguém assim, de graça.
No meu planeta ninguém sai de casa pra ferir, pra agredir, pra usurpar a vida alheia. A gente sabe desde cedo que sexo é melhor.
Lá, não existem as tais Bósnias e Palestinas andando de ônibus, trem, metrô, que vivem das 6 às 10 cansando-se, gastando-se, e, na volta, sendo agredidas, feridas, estupradas, mortas.
Todos têm a clareza de enxergar quem lhes faz mal, entendem? Que não é a moça do balcão a responsável por ter vindo o prato errado, que não é o cachorro o responsável pelo seu cansaço, que não é o filho o responsável pelo salário de merda, que não é aquele homem feliz e inteligente o responsável pela sua infelicidade e burrice.
No tal planeta não existe a propriedade a denegrir.
Qualquer um lá sabe que o respeito é um principio norteador básico...
Ninguém vive castrado, retraído.
As pessoas sabem em senso comum, como se fosse óbvio, que viver e deixar viver é premissa & que no inferno não existe S.A.C.
Preciso urgentemente voltar pra lá!

Nenhum comentário: