segunda-feira, 10 de abril de 2006

* - amendoim-crocante-cinqüentá!

Nossa personagem saiu direto do fantasioso imaginário popular para este texto, a fim de dividir conosco um pouquinho do que talvez tenha sido seu dia de ontem.

Detesta acordar cedo, sobretudo em um domingo.
Detesta se enxergar saindo de casa trombando com a parte da visinhança que, tão filha da puta, vai para a igreja dominical abrandar seu sentimento de culpa cristã - e volta de lá tão filha da puta quanto foi... Enfim, detesta uma porção de outras coisas que acaba fazendo, mas neste dia, tudo pareceu trocado de posição.
Sorriu em plena oito horas da manhã, respirou fundo e lá foi nossa heroína se encaminhar a uma sucessão de tombos, tropeços, cenas estranhas, pessoas malditas e pequenas coisas detestáveis que ela estranhamente adorou uma-por-uma.

Nossa personagem que saiu direto do fantasioso imaginário popular para este texto encheu o dia de detalhes. Cada passo, cada queda, cada gente: Manifestações da vida vivida & pulsante da urbe, o que ela encontrou...
Tinha a senhora que dormia de boca aberta.
Tinha o moço do violão com a linda moça que cantava Raul antes mesmo que alguém pedisse.
Seus clones, viu muita gente parecida consigo, meninas que são a cara do que ela foi nos anos 70.
Os gatos preguiçosos da casa do casal atencioso & hospitaleiro & bons por demais da conta.
As ruas, as histórias.
As gentes que passam para serem observadas e seus dizeres nas camisetas, no peito, nos colos.
Empolgou-se vendo Paulo Tatit, Sandra Peres, palavras cantadas, pé + pé, pé com pé, pé contra pé, sol, muito sol.
Aquelas crianças, todas, pequenos pré-adultos. Sentadinhos alí, criança é despreocupada e até bela em sua poli-sapiência. Eles sabem de tudinho que acontece no mundo... A pena é que um dia vão crescer.

Ganhou um abraço do Lenine, sabem? E ficou tão nervosa que na hora de tirar foto, apertou o botão errado, fazendo com que acreditemos que ela é sim uma senhora paspalha. Não tem importância mesmo, que Lenine é Lenine e disso ninguém esquece fácil.
Ela também fez parte de um grupo de peregrinos andarilhos em busca de um Fran's Café escondido... Grupo este que foi muito mal atendido provavelmente por conta de suas fuças suburbanas, coisa divertidíssima neste momento.
Diz a voz do povo que existem detalhes outros que ela não quis contar por ser coisa pessoal demais, mas quiçá sejam os mais importantes pra que isso tudo faça sentido.

Dizem também que a tal da moçoila afirma que fez tudo isso ao lado de algumas das melhores pessoas do mundo, gente rara, exemplares únicos, peças de colecionador que inspiram sorrisos.
O mais curioso é que ela crê que ficou pra história, que todo dia que passar ao lado dessas pessoas será ensinado nas escolas, será passado às novas gerações, marco, marco das eras.
Se ela sente assim, quem somos nós para discordar, pois não é?


*Sim, tudo é piada interna.

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